Considerações sobre a escrita


Deveria ter postado isso no meu outro blog, o “Casa do texto”, que é voltado para o estudo e aplicação das regras de norma culta, mas como este é meu blog principal (não sei por quanto tempo), resolvi fazer o jabá do outro por aqui. Visitem-no e sigam pelo widget na sidebar ou então assine o feed clicando aqui. Vamos ao texto do post?
O que diferencia um blogueiro do outro, um escritor do outro e até um ser humano do outro é a maneira como eles usam a linguagem. Seja ela verbal ou não, sabemos que a linguagem nos diferencia. Vejam o que disseram dois escritores renomados:

“Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se fossem dados: adoro a fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o invólucro mais fino dos nossos pensamentos.”
(Clarice Lispector - A descoberta do mundo Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984)
...”De qualquer forma o prazer não implica facilidade, ele é trabalho e procura e construção: o prazer da escritura não se separa do prazer da leitura. Quem escreve é o primeiro leitor de si próprio.”
(Joaquim Brasil - O impossível prazer do texto - Leitura: Teoria & Prática, ABL/UNICAMP, 1993, n  22)

O problema da escrita, na maioria das vezes, é encontrar as palavras. Diante do papel, ou do teclado do computador, nos perguntamos onde elas estão, mas sem obter a resposta. Invariavelmente precisamos nos expressar por meio de argumentos  que traduzem nossas opiniões, histórias, enfim, nossas intervenções na realidade, mas a maior dificuldade está, para a maioria das pessoas, em conseguir traduzir fisicamente as ideias que já estão “na ponta da língua”. Por isso, convido você a assinar o feed do blog e a acompanhar-me no Twitter, pois, à medida que vencemos os bloqueios que trazemos na bagagem cultural, elas se revelam.

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